Sobre funerais
Vou a alguns funerais, a minha avó Augusta, até poder, foi a todos os funerais que entendeu, eu saio a ela. Das muitas histórias que tenho dos tempos maravilhosos que passei no monte do meu avô Picanço foi ter ido para um funeral com o meu avô e a minha Madrinha Florinda, eu devia ter 4/5/6 anos e a minha Madrinha olhou para mim e disse: tens uma saia vermelha mas és pequena, ninguém vai reparar.
Quando vou a um funeral, raramente dou os sentimentos porque não quero ser a causadora de mais uma vez contribuir para o choro da família.
Mas, escrevo este texto porque tenho convicção que os funerais vão passar de moda, parece me que muito pouca gente fica de noite na igreja e quanto menos tempo se estiver na igreja, menos a família sofre, menos tempo haverá para receber os sentimentos.
O que me lembrei é que, como todos sabemos, este ano tem sido desgraçado: o meu vizinho e nosso amigo Artur faleceu há umas semanas e não houve funeral nem cerimónias do género, o músico Pedro Gonçalves faleceu esta semana e não houve cerimónias. Embora a amostra seja pequena, parece me que poderá ser um tendência futura.
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