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A mostrar mensagens de janeiro, 2021

Resumo de uma semana muito difícil

Continuo a trabalhar e espero não parar. Tivemos de reajustar calendário, para que tudo decorra na maior das seguranças. A escola da Maria não abriu e fechou de vez na sexta feira. Tenho uma colega de baixa, que tive de tratar de substituir. Eu e outra colega temos filhos, escolas fechadas, reajustar horários. Tive doente, fiz teste, deu negativo. Tive mais tempo em casa que no trabalho. Pessoas a volta doentes, outros internados e mal, pessoas a dar tudo por tudo em lares e hospitais. Amanhã é segunda e parece me que pode não ser muito diferente. Estou a adiantar comida para durante a semana. Ela dorme a sesta e temos duas horas de silêncio, sem lhe estar constantemente a gastar o nome. Vou passar a ferro!

Virada do avesso

Há um livro da Maria João Lopo de Carvalho, que li na adolescência, que se chama Virada do Avesso. Lembrei me deste livro, apenas pelo título. As nossas vidas estão viradas no avesso. Ou porque temos um trabalho incerto. Ou porque fazemos o nosso trabalho com dificuldade. Ou porque não sabemos se as escolas fecham, se se mantém abertas. Ou porque estamos em teletrabalho com os filhos em casa, porque há casos na escola. Ou porque não sabemos se poderemos apanhar o virus e passar aos (poucos) que nos rodeiam. É um facto: as nossas vidas, e o mundo, estão virados do avesso e, parece que está mesmo para durar.

Tardes (diferentes) de inverno

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Estes dias são diferentes dos dias dos outros invernos.  Estamos em confinamento, algo nunca imaginado. É sábado à tarde, estamos em janeiro, está frio mas estamos atormentados pelo vírus.  Fiz um teste esta semana, não por motivos de saúde mas, porque no meu trabalho é rotina, deu negativo.  Estou ao calor da salamandra, como tanto gosto porque o inverno é a minha estação favorita.  Bom fim de semana para todos.

Carlos do Carmo

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Carlos do Carmo faleceu ontem. Felizmente existem muitos concertos, entrevistas e reportagens que a RTP começou imediatamente a transmitir, o que acontece quando um grande vulto morre. Tenho visto muitas coisas, desde ontem, uma vez que biografias é o que mais me prende. Deixo aqui o video da música que mais gosto, das que nos deixou.  

Sobre roupa

Já aqui escrevi que prefiro compras de supermercado a compras de roupa mas, mesmo assim, gosto sempre de comprar umas peças em cada estação. Este inverno, isso não aconteceu, não fui a nenhum sítio para fazer compras e ainda não aderi às compras online. Tenho, de facto, um armário cheio mas, entre roupas que passaram de moda e escolhas mal feitas, sobra pouco e sinto mesmo falta de renovar o guarda roupa.

9 anos

Faz hoje 9 anos que o meu avô Picanço morreu. Durante anos, não soube o nome próprio dos meus dois avôs, era o avó Picanço e o avô Cortiçadas, depois descobri que era o avô Luís e o avô Manuel. Correndo o risco de me esquecer, recordo aqui o meu avô Luís Picanço: O meu avô usava notas no bolso da camisa. O meu avô dormiu de pé, encostado a um poste, durante o batizado da minha irmã. O meu avô ficava, na boa, 12 horas sentado a mesa, quando havia festas. O meu avô nasceu e viveu quase toda a vida num monte, isolado, um dia, esse monte teve luz eléctrica e o meu avô fez uma grande festa. O meu avô comia sopa ao pequeno almoço. O meu avô bebia minis sagres aos poucos, bebia, tapava e voltava a guardar no frigorífico, e chamava a cerveja "água de Vialonga". O meu avô só conduziu a carroça e a motorizada. O meu avô era o provador da comida e fritava filhoses. O meu avô nunca ralhou comigo, se ralhou, não me lembro. O meu avô não sabia ler nem escrever. O meu avô tinha 8 ou 9 irmão