A Filha Mais Velha

Tenho 40 anos e já conheci muitas pessoas na vida.  Nas nossas vidas encontramos todo o tipo de pessoas: boas e más, aquelas que imaginávamos para a vida e não são e as que vão ficar sempre, as agradecidas e as mal agradecidas. Como é de esperar, não gosto de pessoas más, de pessoas que enganam e que são falsas e por fim pessoas mal agradecidas, quando isso acontece, fico danada, logo comigo que deixo coisas importantes por vezes para fazer, para ajudar outros e depois nem um obrigada. Enfim, andando pela vida também se aprende, é muito!

Nos últimos tempos, como na minha vida toda, tenho aprendido muitos ensinamentos, mas sobretudo houve duas máximas que retive mais afincadamente. A primeira, foi que o stress mata. E não podia ser mais verdade, tudo começa pela cabeça e se ela não está bem, passa para o resto do corpo. Tudo o que não nos deixar ter uma boa saúde mental, mata e mata mesmo. Não nos podemos deixar levar e temos de saber meter travão ao que nos stressa. O segundo ensinamento aprendi com uma pessoa que com quem tenho reunido com frequência nos últimos tempos e à qual todos se referem que é um "homem bom/muito boa pessoa". Mas, para além disso, esta pessoa costuma dizer que na vida fez sempre o que bem entendeu. Eu não podia concordar mais com ele, eu também gosto de fazer o que me dá na real gana, cada vez mais, a cada dia que passa. Ainda sobre isso, sexta feira tive o privilégio de assistir ao concerto dos Resistência, onde foi tocada e cantada esta música, cuja letra aqui vou deixar, porque, ne

Faz hoje um ano que recebi a sms que não queria. Faz hoje um ano que tio nos deixou. Neste ano, tio, muita coisa mudou na vida da sua sobrinha, o tio ia ficar feliz por mim, porque procurei ser mais feliz e mais independente, tal e qual como o tio era e como sempre o recordarei, por mais anos que viva. Todos os dias penso em si e acredite, a sua partida marcou fortemente este meu último ano difícil e desafiante mas, tal como o tio, a sua sobrinha dá sempre a volta por cima!  Sabe? Tenho comigo o seu candeeiro da sua mesa de cabeceira, daqui a uns dias, vou começar a usá-lo, como o tio usava, celebrando o fim de mais um dia através da sua luz. Um beijo, tio, esteja onde estiver, espero que nos esteja a ver aí de cima e a rir se de nós!

Acordo sem despertador pouco depois das 6h. Tomo pequeno almoço. Escrevo um post. Vou caminhar. Volto para tomar banho. Faço um dia de trabalho. Faço jantar. Janto. Caminho. Vejo televisão. Durmo. No dia a seguir, tudo se repete. Ah, e luto, todos os dias, para que o dia seguinte seja melhor.

Costumo dizer que a saúde é o mais importante. Quando temos saúde, o resto vem por acréscimo. Quando não temos saúde é que a porca torce o rabo. Já tive 222 dias de baixa, sei bem o que isso é. Agora com saúde, perseverança e vontade, bola para a frente que tudo se faz. Hoje acordei as 6h cheia de vontade de uma nova semana, como sabem, sempre gostei de segundas feiras e aqui está mais uma e mais uma semana. Os dias e as semanas passam a correr, é certo mas temos de ver pelo lado positivo, é sinal que estamos vivos, pois, no tempo, ninguém manda, a única coisa que podemos fazer contra o tempo é aproveita lo da melhor forma possível. Boa semana para todos, espero que a minha seja fantástica.

Quem sempre viveu na mesma casa e possivelmente a comprou terminada e limpa, não imagina o trabalho que dá terminar uma casa nova. Desde 30 de março que vivo na "casa nova", ainda há muito que fazer e é tanto que nem me atrevo a descrever. Hoje limpei o quintal que tinha pastos quase até ao céu. Meti no sítio um móvel novo cá para casa mas antigo, que me foi gentilmente oferecido por uma amiga e enchi o de loiças que estavam espalhadas por outros sítios. Meti gravuras em molduras, para depois irem para a parede (ainda não tenho quadros em nenhuma parede). Estou no quarto mês e coisas por fazer e acabar são uma lista ainda longa mas parece me que as mudanças não se vão ficar quanto tudo terminar, parece me que hei de querer andar sempre a mudar muita coisa de lugar! Ah, também tenho feito alguma bricolage, para além dos móveis que ainda pretendo pintar, talvez lá para o Natal esteja tudo mais composto! Bom resto de domingo!

Se me vierem a recolher jornais, folhetos e flyers, já sabem: faço colecção de tudo isso para cortar letras. É verdade, estou a coleccionar todas as letras do alfabeto para começar a escrever palavras que darão origem a frases escritas de forma original. Depois mostro aqui o resultado!

~ Fez ontem 7 meses de um dia muito importante: a 7 de dezembro de 2022, soubemos que Évora será Capital Europeia da Cultura, em 2027. Desse dia, guardo emoções inexplicáveis, imagens que ficarão para sempre, guardo sobretudo o privilégio da experiência de assistir ao resultado no centro da sede de candidatura e guardo as pessoas que já conhecia e as que conheci nesse dia. Esse dia afirmou a vida de muita gente, a minha também, esse dia fez a Cultura voar mais alto. Muito haveria para escrever ainda mas deixo três imagens. A primeira dos representantes que se deslocaram a Lisboa, abraçados e cheios de emoção, após o conhecimento do resultado. A segunda que representa a retirada da palavra "candidata" de todos os elementos gráficos existentes no local onde estávamos. Por último, um amigo fez me ver, uns dias depois, a placa que fica na estrada, à saída de Montemor para Évora: Évora 27. Pois é, Évora fica a 27 quilómetros de Montemor e é um caminho muito agradável de se fazer,

Já tomos reparámos na tendência que temos de tratar por tu os mais frágeis: pessoas com incapacidades, pessoas deficientes, pedintes, toxicodependentes, entre outros. Parece me um hábito errado mas que está dentro de nós. No entanto, eu adoro tratar pessoas por tu. Não é falta de respeito, até acho bonito. Há cada vez mais pessoas que trato por tu e cada vez que trato alguém por você penso interiormente porque é que o estou a fazer, eu tenho 40 anos, já vivi meia vida mas, enfim, não consigo mudar a forma de tratar de toda a gente. Um dia destes, eu e a Maria, lá no meu monte, entre a minha avó e os meus tios, os quais ela trata por tu e eu por você, tentava explicar lhe que os mais velhos se tratam por você, a minha tia respondeu que não faz mal, não se importa e, de facto, não faz mal, o que importa é o respeito e esse, está lá!

Oiço isto muitas vezes, como imaginam. Respondo sempre que depende dos olhos e que obviamente tem características do pai. Mas, nas birras, é igual a mim, vejo me ao espelho muitas vezes e já aqui contei que por vezes as birras são mesmo iguais às minhas, sobretudo quando ela soluça e diz: não consigo parar de chorar. Ontem, recuei anos na minha vida, até àquele dia em que fui levar uma vacina com a minha avó, no velhinho centro de saúde, onde tiveram de me fechar a porta da sala. A Maria foi levar duas vacinas e fez exatamente o mesmo, com a diferença de que a sala era bem mais pequena. Fez uma birra enorme quando percebeu e disse: fechem a porta senão eu fujo. Foi preciso segura la muito bem e ainda deu um grande pontapé numa enfermeira. Quem me conhece sabe que eu observei tudo de longe, não a segurei e só me ria virada para a parede. Foi bom perceber que a minha filha é igual a mim, mesmo nas birras.

No tempo dos nossos pais os empregos eram para a vida toda, as casas eram para a vida toda, os carros desvalorizaram mas ficavam a vida toda, os casamentos eram para a vida toda e até às roupas eram para a vida toda. Hoje em dia, não devemos ficar presos a um emprego por longo tempo, caso haja oportunidade de mudar. Se pudermos mudar de casa de vez em quando, também ajuda, a mudar de ares e hábitos. Os carros desvalorizam muito e se ficarmos eternamente com o mesmo, acabamos por ou ter pena de o vender ou dão nos três tostões por ele. Quanto à roupa, acaba por ficar desactualizada e comprar uns trapinhos novos sabe sempre bem. Por fim, casamentos, ajuntamentos ou uniões de facto, caso não corram pelo melhor, não se deve ficar preso, o sorriso espelhado no nosso rosto diariamente é muito importante. Caso tenhamos um bom suporte, uma retaguarda, família que nos ajude e apoie, não devemos ter medo das mudanças, elas são quase sempre benéficas na nossa vida.