Sobre medos

Todos os dias morre alguém de cancro.
O cancro está lamentavelmente na ordem do dia.
Infelizmente, dia sim dia não, há pessoas conhecidas que morrem com cancro ou a quem se descobre a maldita doença.
O S. morreu em dois meses, com cancro no cérebro.
O F. morreu ontem, depois de anos a sofrer, morreu no hospital, a saber que ia morrer, a chorar ao saber disso.
A M. morreu domingo, uma mãe fantástica como ela, só podia morrer no dia da mãe.
O F. tem cancro, toda a família chora, quando se fala no assunto.
O A. morreu há umas semanas, depois de sofrer com vários cancros.
Uma rapariga de 40 anos, morreu há umas semanas, com cancro no cérebro. Tudo começou com tremores nas mãos, aos quais não ligou, porque o seu dia a dia era a usar as mãos.
Exemplos, infelizmente não faltam.
Tenho pensado muito neste assunto, de há uns tempos para cá, sobretudo porque as pessoas que vão morrendo, na sua maior parte, morrem de cancro.
Tenho pensado muito neste assunto, já me disseram que é porque sou mãe e os medos são agora muito superiores.
Tenho pensado muito neste assunto, porque tenho amigos e família e ninguém sabe o dia de amanhã.
Tenho pensado muito neste assunto, dando voltas à cabeça com o que se pode fazer para evitar a maldita doença.
Tenho pensado tanto neste assunto que, há umas noites atrás, sonhei que, tal como o F. que morreu ontem, e sabia que a sua hora estava a chegar, a minha hora também tinha chegado. Foi apenas um sonho mas que na realidade me fez chorar, sobressaltar e pensar ainda mais no assunto.
O meu medo sobre isto é grande, embora, tenho a certeza ,a vida mostra-nos que devemos ter muitos mais medos e receios e que ela no põe à prova todos os dias.
Sim, tenho mesmo muito medo desta maldita doença.

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