Sem título

Não sei que título dar a esta publicação mas sei exatamente o que pretendo dizer.

Quero falar de uma questão que se chama: morrer de suicídio.
Aprendi há algum tempo que não se diz: suicidou se mas sim “morreu de suicídio”. Isto porquê!? Porque quem se suicida está doente, quem se suicida tem uma doença mental e por não aguentar mais a doença, suicida se, portanto não é correto dizer "matou-se" porque morreu de uma doença mental que levou ao suicídio.

Nos últimos tempos, muitos artistas do nosso país se têm suicidado.
Por aqui se vê o quão frágil é a classe artística.
E perguntam porquê aqueles que estão de fora e nunca passaram pela situação, porque acontece tanto, sobretudo aos artistas? 
Porque não têm trabalho é só recebem quando têm trabalho.
Porque tem ambições que não conseguem concretizar.
Porque não tem dinheiro que chegue até ao fim do mês.
Porque a sua rede social não tem a expressão que pretendem.
Estes e outros fatores levam a pensar que não estão a fazer nada neste mundo.

Ouve-se falar de depressão, de ansiedade, de burnout, de bullying e tantas outras coisas negativas associadas à falta de motivos para que essas pessoas se agarrem ao mundo, que o resultado acaba por ser relatado em todas as redes sociais e canais de notícias.

Queridos leitores, a doença mental existe, a depressão existe, a vontade de morrer de suicídio existe e pode estar a ser sentida pela pessoa que menos imaginam.

Há quem sorria mas chore por dentro.
Há quem se vista elegantemente mas, por dentro está um farrapo.
A doença mental por vezes não se vê na cara de quem dela sofre, nem nas suas atitudes.
O pensamento de um doente mental não se vê.
O que se chora na almofada, à noite, depois de desligar a luz, não é visto por ninguém.
Em resumo: a doença mental existe, pode afectar qualquer um, menos quem menos se espera e, por vezes, já não se vai a tempo de fazer nenhum tipo de salvamento.


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